Ciências Humanas
O saber decorrente das Ciências Humanas é essencialmente atípico, pois aqui
objeto da pesquisa e sujeito pesquisador se fundem, se confundem, as
pesquisas e as metodologias sofrem um bias já no momento em que são
escolhidas. A fluidez dos fenômenos humanos, a incerteza encontrada nas
relações de causalidade e nas conclusões fazem das Ciências Humanas o
maior desafio que homem já enfrentou, a pergunta: “nos conhecemos?”
permanece viva — abre-se a porta da Filosofia.
Claude Henri de Rouvroy, Conde de Saint-Simon, também conhecido como Henri de Saint-Simon (1760 - 1825),
Saint Simon
Saint-Simon foi um teórico social francês e fundador do Socialismo Francês. No rastro da Revolução Francesa, Saint-Simon propôs uma nova reorganização da sociedade, de forma a ser controlada pelos capitães da indústria e na qual os cientistas tomariam o lugar dos padres. O objetivo dessa nova forma de sociedade seria produzir utilidades para a vida, e, a paz seria garantida por associações universais.
A reinvindicação de Saint-Simon por uma ciência social contribuiu para o surgimento da Sociologia, e influenciou o pensamento francês e europeu do século XIX.
Em sua maior obra, Nouveau Christianisme (1825), Saint-Simon anunciou que o mundo havia chegado na crise prevista no Antigo Testamento, sendo necessária uma religião universal, uma organização pacífica e universal e uma melhora rápida para as condições de vida dos pobres. Para tanto, o Cristianismo e o Protestantismo deveriam ser reduzidos a seus elementos mais básicos. Em 1845, graças em grande parte à influência de amigos e ex-alunos que agora desempenhavam um papel importante no desenvolvimento econômico da França.
Assim, a Escola de Saint-Simon advogava uma hierarquia social que tomava como critérios a capacidade laborativa e o mérito respectivo de cada pessoa.
Outras pontos que emergem do pensamento de Saint-Simon são:
a). a emancipação e a igualdade plena da mulher com o homem. Não obstante mantivesse a santificação da lei cristã do casamento.
b). o governo, por sua vez, seria uma autocracia espiritual.
c). a “reabilitação da carne”, com a rejeição da visão dualista de corpo e alma. O corpo deveria ser reconduzido ao seu lugar de honra. Ainda que determinados aspectos dessa reabilitação do corpo não esteja muito clara, parece que a escola de Saint Simon queria desenvolver um misticismo sensual, um sistema de amor livre com uma autorização religiosa.
d). a visão de que a historia estava progredindo para uma era de paz e desenvolvimento industrial.
e). a propriedade deveria ser um direito do Estado e toda a sociedade deveria se organizar e trabalhar para por um fim às mazelas dos pobres, o que hoje chamaríamos de justiça social.
Posteriormente, as propostas de Saint-Simon deram origem ao Socialismo Cristão e também ao Comunismo Ateu.
Como pensador, Saint-Simon não foi um sistemático e suas ideias foram sistematizadas pelo seu secretário Auguto Comte.
Barthélemy-Prosper Enfantin , (nascido em 8 de fevereiro de 1796, Paris , Fr. - falecido em 1 de setembro de 1864, Paris), excêntrico francês social, político e teórico econômico que foi um dos principais membros do St.movimento simoniano.
Barthélemy-Prosper Enfantin
Depois de estudar na École Polytechnique, Enfantin viajou muito e freqüentou sociedades secretas em Paris. Quando apresentado ao reformador social Saint Simon (1825), tornou-se um de seus seguidores mais fervorosos e ajudou a organizar o Le Globe, um importante fórum para as ideias de Saint Simon.
Após a morte de Saint Simon (maio de 1825), Enfantin e São Amand Bazard surgiram como os dois “pais supremos” do que começava a tomar as características de um movimento religioso. Eles romperam em 1831, pois Bazard era a favor da formação de um movimento político, enquanto Enfantin vislumbrava uma revolução moral e social apolítica.
Enfantin, muitas vezes chamado de “Père Enfantin”, e seus seguidores formaram uma comunidade modelo em Ménilmontant (1832); mas o “Père” foi preso logo depois por patrocinar uma sociedade secreta ilícita e incentivar práticas contrárias à moralidade pública.
Após sua libertação, Enfantin e alguns discípulos viajaram para o Egito em busca da eterna “mãe suprema”. Ao mesmo tempo, eles esperavam iniciar a construção de um canal ligando os mares Mediterrâneo e Vermelho (1837).
Retorna a Paris (1837) e, em reconhecimento ao seu inegável talento técnico, foi nomeado para a Comissão Científica da Argélia.
Ao longo de sua vida, Enfantin foi um escritor prolífico . Em 1829 ele publicou Doutrina de Saint Simon e em 1831 Religião Saint-Simonienne. Économie politique et politique (“Religião de São Simão. Economia Política e Política”). Isto foi seguido por Correspondance politique (1835-40), Correspondance philosophique et religieuse (1843-45) e Colonization de l'Argélie (1843).
Pouco antes de sua morte escreveu La Vie eternelle, passée, présente, future (1861), uma espécie de testamento espiritual. Além disso, uma edição de 47 volumes das obras combinadas de São Simão e Enfantin foi publicada (1865-1878).
Nascido na França, Auguste Comte (1798 – 1857) foi secretário de Saint Simon. Comte é conhecido como pai do Positivismo Científico, e se propôs a fazer uma “interpretação científica dos fatos sociais”. Com a criação de uma “ciência da sociedade” pretendia encontrar os instrumentos e as fórmulas para uma reorganização social.
Auguste Comte
Auguste Comte foi secretário de Saint Simon e em diversos aspectos, aproveitou-se de algumas ideias deste. Comte é conhecido como pai do Positivismo Científico, e se propôs a fazer uma “interpretação científica dos fatos sociais”. Com a criação de uma “ciência da sociedade” também pretendia encontrar os instrumentos e as fórmulas para uma reorganização social.
Assim como a biologia e a física possuem suas leis imutáveis, Comte procurava as leis imutáveis que regem os fatos sociais – por essa perspectiva a Sociologia deveria se assemelhar a uma física social, com suas leis exatas e genéricas.
De posse dessas leis, o industrial, assim como o homem de Estado poderiam evitar ou mitigar as crises geradas por algum fato social não previsto. “Numa palavra, a ciência conduz à previdência, e a previdência permite regular a ação”.
O termo Sociologia foi consagrado por Comte na obra Curso de Filosofia Positivista, de 1839. Nessa obra Comte propõe o método positivo para o estudo dos fenômenos sociais. Em seu método, Comte exigia a subordinação do conceito aos fatos
A aceitação de que os fenômenos sociais estão sujeitos a lei gerais, ainda que não sejam tão rígidas como as leis da física.
Dessa maneira, Augusto Comte sustentava ser absurdo falar-se em conhecimento a priori ou transcendentais. Sustentava que somente as relações (de causa e efeito) podem ser conhecidas cientificamente. Também não há que se falar em conhecimento do absoluto, pois apenas os fenômenos podem ser conhecidos. A essência do conhecimento são os próprios fenômenos. Assim, nosso conhecimento está limitado a estabelecer relações entre fatos. Trata-se de um fenomenalismo empírico, onde o problema da coisa em si é afastado e o real é reduzido ao que nos revela a experiência.
Comte dividiu a Sociologia em duas grandes áreas:
a) Estática – que estudaria as condições de existência da sociedade, cuja característica principal seria a Ordem.
b). Dinâmica – que estudaria o movimento contínuo da sociedade, cuja maior característica seria o Progresso.
As Três Etapas da Sociedade - Comte também afirmava que em sua evolução, tanto o indivíduo como as sociedades, passam por três etapas:
A Teológica, conduzida por líderes religiosos, pela religião e mitos
A Metafísica, conduzida por filósofos e pelo movimento filosófico
A Positiva, conduzida por cientistas e pela ciência.
Amor, Ordem e Progresso era o moto do pensamento positivista de Auguste Comte, reduzido para Ordem e Progresso na bandeira brasileira.
Émile Durkheim (1858 – 1917) o fundador da Sociologia Moderna.
ÉMILE DURKHEIM
O pensamento sociológico positivista encontra em Émile Durkheim a sua primeira expressão efetivamente científica. Por esta razão Durkheim é chamado de Fundador da Sociologia. Emile Durkheim era descendente de uma família judia e iniciou seus estudos filosóficos na Escola Normal Superior de Paris. Embora sua obra versasse muitas vezes a respeito dos fenômenos religiosos (assim como outros fenômenos com a criminalidade e o suicídio) pensados a partir de fatores sociais, isso não fez com que ele se afastasse da comunidade judaica.
Ainda que formado em filosofia sua obra inteira mostra-se voltada para a Sociologia, área onde de fato tornou-se amplamente reconhecido.
A inexistência do ensino regular de Sociologia na França parecia dever-se ao fato de conceberem que a Sociologia era uma forma científica do socialismo. Durkheim decide-se ir a Alemanha e lá realizar seus estudos nessa área.
Durkheim combinou a pesquisa empírica com a teoria sociológica, dando início, assim, a estudos que levavam em conta os aspectos sociais do suicídio, a natureza das relações de trabalho, as religiões primitivas entre outras.
Durkheim sustentava que a divisão social do trabalho aumenta a solidariedade social (para ele a maior característica das sociedades humana) e contribui para o aumento da integração geral da sociedade.
O principal trabalho de Durkheim envolve a teoria de “consciência coletiva” onde ele busca defender que o homem é, na verdade, um animal selvagem, e que só pode tornar-se humano a partir do momento em que torna-se social e sociável, aprendendo hábitos e costumes para poder viver coletivamente. As reflexões de Durkheim sobre esse processo de socialização resultam ainda naquilo que hoje é conhecido como teoria do “fato social”. Existe uma moral social que se conforma de uma consciência coletiva e que torna possível uma sociedade saudável, mantendo-se assim estados usuais e normais. Uma sociedade patológica seria aquela que perde essa consciência coletiva.
Teoria do Fato Social - Uma das mais reconhecidas teorias de Durkheim parte da afirmação de que “os fatos sociais devem ser tratados como coisas”. Segundo Emile Durkheim “temos de considerar fatos sociais como coisas.” Para Durkheim, a partir disso seria possível conceber uma definição do normal e do patológico em cada sociedade em temos de comportamento social. Fica claro que o normal é aquilo que é obrigatório e normatizado pela sociedade, de modo que a sociedade e os próprios padrões morais configuram-se enquanto uma entidade superior ao individuo.
Segundo Durkheim um fato social é o conjunto de ações, pensamentos e sentimentos exteriores do indivíduo impostos ao indivíduo pela sociedade. Um fato social existe fora da consciência individual, o que não significa que não estamos cientes disso. A ordem social é imposta ao indivíduo. Pode ser que o indivíduo não viva bem, mas o poder de coerção social está presente nas mais diversas instituições.
Nesse sentido, Emile Durkheim estabelece uma ligação entre fato social e educação dos filhos. Na verdade, a criança não vê dessa forma, mas a criança internaliza modelos que a família e a sociedade impõe. Por exemplo, a criança integra os modelos culturais da sociedade na qual está inserida.
Características do Fato Social - Para se caracterizar um fato social, seria necessário
A existência de uma coerção sobre os indivíduos (sendo o direito o símbolo mais visível e evidente dessa força externa e superior ao indivíduo).
Outras teses importantes de Durkheim e assim reconhecidas até hoje , iniciaram-se no doutorado, com escritos como “Da Divisão Social do Trabalho”. Posteriormente obras como “As regras do método sociológico”, “O suicídio” e “As regras elementares da vida religiosa” surgiram também, sempre muito marcadas pela concepção de Durkheim, de como a vida e os fatos sociais delineiam o comportamento humano.
Visão de Crime – Segundo Durkheim o crime é um fenômeno existente em todas as sociedades, em todos os tipos sociais, sem exceção. Uma vez que não há um aumento ou diminuição da taxa de crime, na verdade, esse fato social não pode ser considerado como sendo patológico. De acordo com o autor, o crime é necessário e útil, porque é “indispensável para a evolução normal da moral e da lei.”
Durkheim e o Suicidio - Emile Dukheim também é famoso por suas descrições dos tipo de suicídio, seriam eles:
a). Suicídio Egoísta – o qual se explica por uma exclusão do autor do ato a um grupo. O autor do suicídio se guia sozinho para a confecção do ato.
Suicídio Altruísta - consiste em una ação engendrada pela interiorização das normas e valores.
b). Suicídio “Anomique” - se explica por uma instabilidade, quando as regras e as normas não dirigem o indivíduo para o ato.
Regras do Método Sociológico - Em Regras do Método Sociológico, de 1895, Durkheim expõe os fundamentos da nova ciência: o social se explica pelo social – o que leva à objetividade das análises que se tornam explicativas.
Sociedades Mecânicas e Orgânicas: Para Durkheim a sociedade evolui da solidariedade mecânica das sociedades simples para a solidariedade orgânica das sociedades industriais. São duas formas bastante distintas de sociedade.
Acontecimentos e Fatos Sociais - Durkheim também efetua uma distinção entre acontecimentos sociais e fatos sociais, pois apenas estes seriam passíveis de estudo.
Instituições Sociais - Durkheim apresenta ainda interessantíssimas discussões acerca do que ele denomina instituições sociais. Essas instituições são por exemplo a família, escola, governo, policia, etc. As instituições consideradas conservadoras seriam aquelas que agem de forma a fazer forca contra as mudanças sociais. Assim, Durkheim as aponta como instituições pela manutenção da ordem. Apesar dessa característica claramente conservados desse aparelhos da sociedade, Durkheim parte em defesa dos mesmos, partindo do pressuposto que os homens necessitam sentir-se seguros e respaldados, e isso é oferecido por essas instituições.
O sociólogo faz essa defesa justamente por acreditar que o homem mantém sua humanidade a partir do momento em que torna-se sociável e que essa vida em sociedade só é possível em um ambiente onde existam regras claras, limites e valores. Caso contrario, Durkheim acreditava que os homens estariam entregues a um total estado de desespero e anomia. E é justamente a preocupação com esse estado de desespero que o leva a estudar temáticas como criminalidade, suicídio e religião.
Durkheim foi importantíssimo para a constituição da Sociologia e para sua regularização enquanto ciência. Seu legado no campo metodológico com a obra “As regras do métodos sociológico” foram elementares nesse sentidos, uma vez que ele percebeu esse campo como uma ciência de fato e atentou-se para a necessidade do desenvolvimento de uma metodologia única e especifica que fosse respeitada pelos estudiosos desse campo.
Através da análise de dados estatísticos e observações de diferentes meios e tipos sociais, os escritos de Emile Durkheim constituíram-se exemplos de como reflexões, trabalho e monografias da área de Sociologia deveriam ser escritos.
Os escritos de Durkheim são até hoje bibliográfica fundamental para estudos das mais diversas áreas das ciências sociais. Conceitos como “fato social” ,“anomia”, “solidariedade”, “coerção”, "coesão social" e muitos outros, são caríssimos para a área da sociologia.
Em se tratando de Sociologia e pensamento social, Emile Durkheim é uma referência básica, é considerado o pai da Sociologia Moderna.
Karl Emil Maximilian "Max" Weber (1864 – 1920) foi um sociólogo, jurista, filósofo, pensador politico e economista alemão cujas ideias muito influenciaram a teoria sócias e a pesquisa social.
MAX WEBER
Karl Emil Maximilian "Max" Weber (1864 – 1920) foi um sociólogo, jurista, filósofo, pensador politico e economista alemão cujas ideias muito influenciaram a teoria sócias e a pesquisa social. Costuma ser citado como um dos fundadores da sociologia junto com Durkheim e Kar Marx. Para Weber os acontecimentos que integram a vida social têm origem nos indivíduos. Trata-se de uma visão totalmente diferente e oposta da visão positivista de Durkheim. Pqra Weber a sociedade só pode ser entendida e compreendida pelo conjunto de ações de indivíduos que se relacionam, pessoal ou coletivamente. A análise sociológica deve ater-se, portanto, aos indivíduos e suas ações, em âmbito pessoal ou coletivo. Assim, a sociologia deveria ser estudada na sua diversidade, pois cada fato é singular. Weber é melhor conhecido por suas teses que combinam sociologia econômica e sociologia da religião conforme exposto emm seu livro a A Etica Protestante e o Espírito do Capitalismo. Naquela obra Weber sustenta que a ética protestante esta diretamente associada com a ascensão do capitalismo. Contrário às teses marxistas, Weber enfatiza o papel da religião paraa compreensão do advento do capitalismo. Posteriormente Weber estudou o papel de outras religiões e suas consequências econômicas e sociais. Em outro trabalho, Politics as a Vocation, Weber definiu o Estado como uma entidade que possui “o monopólio para o uso legítimo da força dentro de um deterimando território”. Também foi o primeiro a categorizar a auotirdade social em diferentes formas, nomeadas por ele como: carismáticas, tradicional, e racional-legal. Weber também contribuiu para a história da economia, teoria da economia e metodologia. A analise que Weber fez da modernidade influenciou a teoria crítica associada com a Escola de Frankfurt.
Robert Owen (Newtown, 14 de maio de 1771 – Newtown, 17 de novembro de 1858) foi um reformista social galês, considerado um dos fundadores do socialismo e do cooperativismo. Foi um dos mais importantes socialistas utópicos.
Robert Owen
Filho de uma família de modestos artesãos, após galgar diferentes degraus da produção, tornou-se diretor de importantes indústrias escocesas de fiação em Manchester e, aos 30 anos, era coproprietário e gerente de uma fábrica em New Lanark, que havia sido fundada em 1785 por David Dale e Richard Arkwright. Ali reduziu a jornada de trabalho dos operários para 10,5 horas diárias — um avanço para a época, já que a jornada de trabalho de um típico operário têxtil era de 14 a 16 horas. Owen observou um surpreendente aumento na produção e a partir de então, preocupou-se com a qualidade de vida dos seus empregados, construindo casas para as famílias dos operários, o primeiro jardim-de-infância e a primeira cooperativa. Owen abriu uma loja onde as pessoas podiam comprar produtos de qualidade por pouco mais do que o custo do produto e passou a controlar de forma restrita a venda de álcool. Esses princípios se tornaram a base para as lojas cooperativas na Grã-Bretanha, que continuam a operar hoje. Owen tinha sido originalmente um seguidor do filósofo e utilitarista Jeremy Bentham. No entanto, com o passar do tempo tornou-se cada vez mais um adepto do socialismo. Em 1817, evolui da ação assistencial para a crítica frontal ao capitalismo, tentando convencer as autoridades britânicas e estrangeiras sobre a necessidade de reformas na produção. New Lanark em si tornou-se um lugar de peregrinação muito frequentado por reformadores sociais, estadistas e personalidades europeias, incluindo o Czar Nicolau da Rússia.
Karl Marx (1818 – 1883) foi um filósofo, economista, sociólogo, jornalista e socialista revolucionário nascido na Prússia.
Karl Marx
Karl Marx (1818 – 1883) foi um filósofo, economista, sociólogo, jornalista e socialista revolucionário nascido na Prússia. Posteriormente tornou-se apátrida e viveu boa parte de sua vida em Londres. No decorrer de sua vida publicou vários livros, sendo os mais conhecidos: Manifesto Comunista (1848) e O Capital (1867 – 1894). Todo o pensamento de Marx, mesmo a parte que foi desenvolvida com seu amigo Engels, ficou conhecido como Marxismo. Segundo Marx, as sociedades humanas se desenvolvem através de lutas de classes, caracterizados por uma classe detentora dos meios de produção e uma classe trabalhadora e explorada, que provê a mão de obra. Mesmo os Estados, segundo Marx, funcionavam conforme o interesse dessa classe dominante e não para o bem de todos. Dessa maneira, o sistema capitalista produzia conflitos internos que o levaria à autodestruição e com a ascensão da classe operária no poder político. Isso feito, se estabeleceria uma sociedade sem diferenças de classes – o comunismo. Marx chegou a lutar efetivamente para que o comunismo fosse implementado. O pensamento de Karl Marx foi influenciado pela leitura de Hegel, Saint-Simon, Max Stirner, Adam Smith, David Ricardo, entre outros. Chegou a trabalhar com Bakunin e Heirich Heine. Em agosto de de 1844, Marx encontra o socialista alemão Friedrich Engels que havia recém publicado As Condições da Classe Operária na Inglaterra em 1844. O autor convenceu Marx de que de que a classe operária deveria ser o agente e o instrumento da revolução final na história. Alienação - Em seus escritos sobre economia, Marx desenvolve o conceito de alienação e a noção de Mais Valia. Crítica aos filósofos - Para Marx, “os filósofos apenas interpretaram o mundo de várias maneiras, a questão é muda-lo”. Marx critica o materialismo contemplativo assim como o iluminismo, por reduzir a prática à teoria, e, de uma forma geral, critica a filosofia por por colocar uma realidade abstrata sobre o mundo físico. Estes são pontos de introdução ao Materialismo Histórico de Marx – pois o mundo não muda por ideias mas sim por atos, por prática. Essa visão leva Marx a escrever, junto com Engels, o famoso Manifesto Comunista em 1847 e public\ção em 1848. A Primeira Internacional – Em 1864 Marx se envolveu na Associação Internacional dos Trabalhadores, também conhecida como Primeira Internacional. Nessa organização Marx combateu a ala anarquista centrada no anarquista Mikhail Bakunin (1814 – 1876). Apesar de Marx ter ganhado a disputa, a mudança da sede de Londres para Nova Iorque, em 1872, levou ao declínio da Internacional. O evento político mais importante durante a existência da Primeira Internacional foi a Comuna de Paris, em 1871, quando os cidadãos de paris se rebelaram contra seus governantes e seguraram a cidade por dois meses. A rebelião foi suprimida com grande derramamento de sangue. Marx escreveu seu panfleto mais famoso: A Guerra Civil na França – uma defesa à Comuna. Considerando os diversos fracassos e frustrações dos movimentos revolucionário e revoluções trabalhistas, Marx se vê compelido a estudar mais os fenômenos econômicos e o Capitalismo o que resulta em sua grande obra O Capital: um verdadeiro trabalho teórico sobre o dinheiro e sua circulação. Ainda que inspirado por socialistas e pelo socialismo francês, Marx critica os chamados Socialismo Utópico que não levaria senão à pobreza. Para Marx apenas uma grande mudança no sistema econômico, através do Comunismo, poderia trazer um verdadeira mudança social. Nessa nova sociedade, a alienação terminaria e as pessoas seriam livres para agir ide forma independente das variações e pressões do mercado. Três nomes - Laureado e criticado ao mesmo tempo, Karl Marx é tido como uma das figuras mais influentes na história da humanidade. Junto com Emile Durkheim e Max Weber, Karl Marx costuma ser citado como um dos principais arquitetos da ciência social moderna. Ao lado de Nietzsche e Freud, é considerado um dos três grandes filósofos modernos da cultura. Eric Hobsbawm – A teoria marxista sobre a história, que veio a ser denominada Materialismo Histórico, revela a influencia da dialética hegeliana. Hegel havia pensado em termos idealistas, já Marx aplicou a proposta hegeliana em termos do materialismo. Essa maneira de se fazer história foi levada adiante por diversos historiadores, como Eric Hobsbawm.
Friedrich Engels (1820 - 1895) foi um teórico revolucionário alemão que junto com Karl Marx fundou o chamado socialismo científico ou marxismo
Friedrich Engels
Friedrich Engels (1820 - 1895) foi um teórico revolucionário alemão que junto com Karl Marx fundou o chamado socialismo científico ou marxismo. Ele foi coautor de diversas obras com Marx, sendo que a mais conhecida é o Manifesto Comunista. Também ajudou a publicar, após a morte de Marx, os dois últimos volumes de O Capital, principal obra de seu amigo e colaborador.
Grande companheiro de Karl Marx, escreveu livros de profunda análise social. Entre dezembro de 1847 a janeiro de 1848, junto com Marx, escreve o Manifesto do Partido Comunista, onde faz uma breve apresentação de uma nova concepção de história, afirmando que:
a). Na juventude, fica impressionado com a miséria em que vivem os trabalhadores das fábricas de sua família. Fruto dessa indignação, Engels desenvolve um detalhado estudo sobre a situação da classe operária na Inglaterra.
Em 1842, Engels de 22 anos de idade foi enviado por seus pais para Manchester, Inglaterra, para trabalhar para o Ermen e Engels Victoria Mill em Weaste que fazia linhas de costura. Quando estudante, adere a ideias de esquerda, o que o leva a aproximar-se de Marx.
Assume por alguns anos a direção de uma das fábricas do pai em Manchester e suas observações nesse período formam a base de uma de suas obras principais: A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra, publicada em 1845. Depois de uma estadia produtiva na Grã-Bretanha, Engels decidiu voltar para a Alemanha em 1844. No caminho, ele parou em Paris para atender Karl Marx, com quem teve uma correspondência anterior. Marx estava morando em Paris desde o final de outubro 1843 na sequência da proibição da Gazeta Renana pelas autoridades prussianas governamentais em março de 1843.
Muitos de seus trabalhos posteriores são produzidos em colaboração com Marx, o mais famoso deles é o Manifesto Comunista (1848). Escreveu sozinho, porém, algumas das obras mais importantes para o desenvolvimento do marxismo, como Ludwig Feuerbach e o Fim da Filosofia Clássica Alemã, Do socialismo utópico ao científico e A origem da família, da propriedade privada e do Estado.
MATERIALISMO
Materialismo Histórico - De acordo com a definição do Dicionário Aulete, materialismo é a “corrente de pensamento que afirma a precedência da matéria sobre o espírito ou a mente, e que constitui a base de várias escolas filosóficas, desde os antigos gregos até a época atual" ou "no pensamento marxista, aquilo que é necessário à sobrevivência do homem em sociedade (alimentação, moradia, trabalho etc.) e que fundamenta a estrutura econômica da sociedade organizada".
A criação do termo materialismo remete ao ano de 1702, quando foi alcunhado por Gottfried Leibniz, um diplomata, matemático, cientista e filósofo de origem alemã. Em 1748, o termo é reivindicado por La Mettrie, filósofo e médico francês considerado pioneiro a escrever sobre o materialismo durante o período iluminista. Apesar disso, no que se refere à concepção primeira da ideia de materialismo, considera-se os estoicos, Leucipo, Demócrito, Epicuro e o romano Lucrécio, como os primeiros filósofos materialistas.
O materialismo histórico é uma abordagem metodológica ao estudo da sociedade, da economia e da história que foi pela primeira vez elaborada por Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), malgrado eles próprios nunca tenham empregado essa expressão. O materialismo histórico procura as causas de desenvolvimentos e mudanças na sociedade humana nos meios pelos quais os seres humanos produzem coletivamente as necessidades da vida. As classes sociais e a relação entre elas, além das estruturas políticas e formas de pensar de uma dada sociedade, seriam fundamentadas em sua atividade econômica.
“Não é a consciência que molda a sociedade, é a sociedade que molda a consciência.”
Ainda de acordo com os marxistas, o materialismo histórico indica que o conjunto da vida em sociedade, tanto nos aspectos espirituais quanto políticos, é determinado pela forma de produção da vida material. Ou seja, é uma maneira de compreender a história e analisar as evoluções e lutas no setor econômico e político. Tais definições do materialismo podem ser encontradas nas obras “O Capital”, de Karl Marx e “Do socialismo Utópico ao Socialismo Científico”, de Friedrich Engels.
Esta teoria de evolucionismo histórico fundamentava o pensamento Marxista que conduziu à implementação dos regimes comunistas pela "Revolução", ou seja, a rebelião das classes operárias contra os capitalistas.
O materialismo histórico como propulsor da evolução histórica foi posto em causa quer pelos pensadores liberais, que levaram ao desenvolvimento das Democracias do Norte da Europa, Reino Unido e América do Norte, quer pelos pensadores corporativistas que levaram ao desenvolvimento dos regimes autoritários de Itália, Portugal e Espanha.
No capítulo III da obra "Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico", Friederich Engels afirma: "A concepção materialista da história parte da tese de que a produção, e com ela a troca dos produtos, é a base de toda a ordem social; de que em todas as sociedades que desfilam pela história, a distribuição dos produtos, e juntamente com ela a divisão social dos homens em classes ou camadas, é determinada pelo que a sociedade produz e como produz o pelo modo de trocar os seus produtos."
DO SOCIAISMO UTÓPICO AO CIENTÍFICO
O Socialismo Utópico, assim chamado por Marx e Engels, concebia uma igualdade social sem levar em conta as dificuldades e sem apontar os caminhos viáveis para se conquistá-las. Os socialistas utópicos, entre eles, Saint-Simon, Charles Fourier, Robert Owen e Joseph Proudhon, criticavam a sociedade capitalista, mas tinham uma visão superficial das verdadeiras causas dos conflitos sociais. Apenas desejavam uma sociedade não capitalista, onde homens e mulheres viveriam em harmonia, sem competir entre si.
Socialismo e Capitalismo
O socialismo pregava a criação de um novo sistema econômico e social, onde os meios de produção pertenciam aos trabalhadores. Esse sistema nasceria com a desagregação do capitalismo, que segundo Marx e Engels, não duraria para sempre.
O Socialismo Científico, criado por Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), foi assim chamado devido à base científica com que formularam sua doutrina, partindo de análises sobre a evolução do homem, da história e dos mecanismos de exploração capitalista.
Socialismo Científico foi um projeto social que buscava formas para superar as dificuldades sociais que se agravavam na Europa, decorrentes da Revolução Industrial.
As ideias básicas do socialismo científico revolucionaram as concepções socialistas do século XIX e XX e encontram-se em algumas das principais obras de Marx, como Manifesto Comunista, O Capital e a Crítica de Economia Política.
Pierre-Joseph Proudhon (Besançon, 15 de janeiro de 1809 — Passy, Paris, 19 de janeiro de 1865) foi um filósofo político e econômico francês, foi membro do Parlamento Francês e primeiro grande ideólogo anarquista da história para o anarquismo do Século XIX.
Pierre-Joseph Proudhon
Proudhon é um dos mais influentes teóricos do anarquismo, sendo também o primeiro a se autoproclamar anarquista, até então um termo considerado pejorativo entre os revolucionários. Foi chamado de socialista utópico por Marx e seus seguidores, rótulo sobre o qual jamais reconheceu. Após a revolução de 1848 passou a se denominar federalista.
Em seu primeiro e maior trabalho, O que é Propriedade? afirma "Propriedade é roubo!" A publicação do livro atraiu a atenção das autoridades francesas e os interesses de Karl Marx, que começou a se corresponder com seu autor. Os dois influenciaram-se mutuamente: encontraram-se em Paris por ocasião do exílio de Marx. A amizade de ambos finalmente chegou ao fim quando Marx respondeu ao seu texto Filosofia da Miséria com outro provocadoramente intitulado Miséria da Filosofia.
A disputa tornou-se uma das origens da divisão entre as alas marxistas e anarquistas nos encontros da Associação Internacional dos Trabalhadores.
Proudhon favoreceu as cooperativas dos trabalhadores, bem como a propriedade coletiva dos trabalhadores da cidade e do campo em relação aos meios de produção, em contraposição à nacionalização da terra e dos espaços de trabalho.
Também considerava que a revolução social poderia ser alcançada através de formas pacíficas.
Proudhon também tentou criar uma cooperativas de crédito que beneficiaria os trabalhadores com empréstimos sem juros. A tentativa não deu certo e a ideia foi apropriada por capitalistas que incorporariam a imposição de juros aos empréstimos.
Pierre Leroux (Bercy, 7 de abril de 1798 - abril de 1871), foi um filósofo e político francês. Filho de artesãos nasceu em Bercy, atualmente parte de Paris. Fundou o termo “socialismo” em 1831, mesmo ano em que rompeu com a igreja de São Simão
Pierre Leroux
Fundou o termo “socialismo” em 1831, mesmo ano em que rompeu com a igreja de São Simão. Entre suas principais obras está “Da plutocracia” de 1843. Defensor da classe operária e partidário de um socialismo e do feminismo, foi deputado na assembleia constituinte e na assembleia legislativa (1849).
Por ser opositor do governo Louis Bonaparte, Leroux foi para o exílio após o golpe de Estado de 1851, e se instalou com sua família em Jersey, onde escreveu seu poema socialista La Grève de Samarez. Com a anistia definitiva de 1869, retornou com sua família a Paris. Apoiou a Comuna de Paris até sua morte.
Fundou o jornal Le Globe em 1824 que se converteu em um órgão oficial da comunidade de São Simão, ao qual ele era filiado. Em 1840, publicou seu tratado De l'humanité, que contém a exposição mais completa e sistematizada de suas ideias humanitárias. Posteriormente lançou a Encyclopédie Nouvelle (1836-1843) e a Revue Indépendente (1841-1848), na qual expôs sua teoria de um deísmo nacional para substituir as religiões cristãs.
Na economia, ele defendia que tanto a família, o país e a propriedade estavam (na época) governados por despotismos que deveriam ser eliminados. Elaborou sistemas pelas quais esta tripla tirania podia ser abolida. Sua solução evolvia a criação de famílias sem chefes, países governos pelo próprio povo e propriedade sem direito de posse
Herbert Spencer (1820-1903) foi um dos mais populares e um dos maiores filósofos do Século XIX, certamente o único a ter vendido mais de um milhão de livros só entre a Inglaterra e os EUA de seu tempo. Pai do social-darwinismo, Spencer foi o maior e mais popular filósofo do Século XIX.
Herbert Spencer
Conhecido como o pai do social-darwinismo, permanece um ilustre desconhecido para o leitor brasileiro, dada a absoluta ausência de bibliografia disponível. Admirador da obra de Charles Darwin, cunhou a expressão “sobrevivência do mais apto” e sustentava a existência de uma lei fundamental da matéria, segundo a qual a tendência natural de todas as coisas é, desde a primeira interação com forças externas, sair da homogeneidade e rumar à uma heterogeneidade cada vez mais complexa. Dessa maneira, desde os organismos mais básicos até as instituições sociais humanas rumariam necessariamente à heterogeneidade e à variedade. Para Spencer, na vida em sociedade, os indivíduos competem entre si para sobreviverem daí decorrendo a noção de sobrevivência do mais apto e a ideia de progresso, inclusive o cultural. Observa-se no pensamento de Spencer uma supremacia do indivíduo sobre o Estado e a defesa do Laissez-Faire, tão discutido nos dias de hoje.
Sérgio Buarque de Holanda (1902 — 1982) um dos mais importantes historiadores e sociólogos brasileiros.
Sérgio Buarque de Holanda e o Homem Cordial
Sérgio Buarque de Holanda foi um dos mais importantes historiadores brasileiros. Foi também crítico literário, jornalista e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT). Sergio Buarque de Holanda também possui importante influencia e participação na área da Sociologia. Um de seus principais trabalhos, intitulado “Raízes do Brasil” aborda aspectos centrais da formação da cultura brasileira, do processo de formação da sociedade e também do perfil do homem brasileiro, por ele chamado de Homem Cordial . Note-se que esse "cordial" liga-se a "core", coração. Por essa perspectiva, o homem brasileiro age mais com a emoção do que com a razão e torna íntimo e pessoal o que deveria permanecer na esfera do público. Além de suas inúmeras obras, pode-se saber mais sobre Sérgio Buarque de Holanda através da obra Meu Irmão Alemão, de autoria de seu filho, o músico e escritor Chico Buarque de Holanda.
Gilberto de Mello Freyre, (1900 —1987) foi um polímata brasileiro.
Gilberto Freyre
Como escritor, Gilberto de Mello Freyre dedicou-se à ensaística da interpretação do Brasil sob ângulos da sociologia, antropologia e história. Foi também autor de ficção, jornalista, poeta e pintor. Gilberto Freyre é reconhecido como um dos maiores nomes da Sociologia no Brasil. Portugal, o mundo ibérico . A presença portuguesa nos trópicos são temas frequentes em seus escrito. Seu primeiro e mais conhecido livro é Casa-Grande & Senzala, publicado no ano de 1933. Nele, Freyre rechaça as doutrinas racistas de branqueamento do Brasil. Baseado em Franz Boas, demonstrou que o determinismo racial ou climático não influencia no desenvolvimento de um país. Embora seja sua obra mais importante, Freyre recebeu críticas por sua linguagem tida como vulgar e obscena, chegou a ter exemplares de seu livro queimado em praça pública. Por influência de Franz Boas sabia da necessidade de pesquisas empíricas para validar um estudo como sendo sociológico ou antropológico. É considerado um dos mais importantes sociólogos do século XX tendo recebido da Rainha da Inglaterra Elizabeth II o título de Sir.
Caio da Silva Prado Júnior (1907 —1990) foi um historiador, geógrafo, escritor, político e editor brasileiro.
Caio Prado Jr.
Caio da Silva Prado Júnior foi um historiador, geógrafo, escritor, político e editor brasileiro. As suas obras inauguraram, no país, uma tradição historiográfica identificada com o marxismo, buscando uma explicação diferenciada da sociedade colonial brasileira. Outro estudioso que se dedicou a esta temática tão cara à Sociologia Brasileira foi Caio Prado Junior que publicou a clássica obra “Formação do Brasil Contemporâneo” que deveria ser parte de uma coletânea dedicada a pensar justamente a evolução histórica brasileira desde o período colonial, tendo mais uma vez como tema central a formação da sociedade e do povo brasileiro desde a chegada dos portugueses.
Florestan Fernandes (1920 — 1995). Sociólogo e professor universitário, com mais de cinquenta obras publicadas, Florestan transformou o pensamento social no Brasil e estabeleceu um novo estilo de investigação sociológica, marcado pelo rigor analítico e crítico, e um novo padrão de atuação intelectual.
Florestan Fernandes
Ainda criança, Florestan teve o interesse pelos estudos despertado pela diversidade dos lugares onde passou sua infância e por influencia da madrinha. "O fato é que embora eu não estudasse organizadamente, pelo fato de ter nascido na casa de dona Hermínia Bresser de Lima aprendi o que era livro, a importância de estudar e com pouco mais de seis anos adquiri uma disciplina." Filho de mãe solteira, Florestan não conheceu o pai. O avô materno trabalhou como colono numa fazenda no interior de São Paulo e a mãe trabalhou como empregada doméstica em São Paulo. Florestan foi engraxate, garçon e estudou até o terceiro ano do primeiro grau. Só mais tarde voltou estudar, fazendo curso de madureza. Florestan ingressou na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, formando-se em ciências sociais. Iniciando longa e profícua carreira acadêmica. Em suas análises sobre o socialismo, apropriou-se de variadas perspectivas do marxismo clássico e moderno, forjando uma concepção teórico-prática que se diferencia a um só tempo do dogmatismo teórico e da prática de concessões da esquerda. Em 1986 foi eleito deputado constituinte pelo Partido dos Trabalhadores. Florestan Fernandes foi figura central para o desenvolvimento de estudo sociológico em nosso país.
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Darcy Ribeiro
Darcy Ribeiro (1922 — 1997) foi um antropólogo, escritor e político brasileiro, conhecido por seu foco em relação aos índios e à educação no país. Também desenvolveu trabalhos fundamentalmente nas áreas de educação, sociologia e antropologia. Sua principal obra “O Povo Brasileiro” traz impressões de um importantíssimo estudioso que observou com muita acuidade as características de nosso povo pensando sua formação e sua organização social. Darcy é muito conhecido também por seus trabalhos desenvolvidos a partir das temáticas voltadas para os povos indígenas e outros desenvolvidos nas áreas de educação, sociologia e antropologia.
Foi o primeiro reitor da UnB Universidade de Brasília. Darcy Ribeiro foi ministro da Educação durante p Regime Parlamentarista do Governo do presidente João Goulart (18 de setembro de 1962 a 24 de janeiro de 1963) e chefe da Casa Civil entre 18 de junho de 1963 e 31 de março de 1964.
Durante a ditadura militar brasileira, como muitos outros intelectuais brasileiros, teve seus direitos políticos cassados e foi obrigado a se exilar, vivendo durante alguns anos no Uruguai.
Durante o primeiro governo de Leonel Brizola no Rio de Janeiro (1983-1987), Darcy Ribeiro, como vice-governador, criou, planejou e dirigiu a implantação dos Centros Integrados de Ensino Público (CIEP), um projeto pedagógico visionário e revolucionário no Brasil de assistência em tempo integral a crianças, incluindo atividades recreativas para além do ensino formal.
Darcy Ribeiro foi responsável pelo projeto de lei que deu origem à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB), lei 9394/96 aprovado pelo senado brasileiro.
Sua morte em 1997 foi anunciada pela luta contra o câncer. Darcy deixou o seu leito do hospital para terminar sua obra O Povo Brasileiro.
Fernando Henrique Cardoso, também conhecido como FHC (1931 - ) é um sociólogo, cientista político, professor universitário, escritor e político brasileiro. Foi o trigésimo quarto presidente da República Federativa do Brasil entre 1995 a 2003.
Fernando Henrique Cardoso
Fernando Henrique Cardoso, também conhecido como FHC (1931 - ), é um sociólogo, cientista político, professor universitário, escritor e político brasileiro. Foi o trigésimo quarto presidente da República Federativa do Brasil entre 1995 a 2003. Natural da cidade do Rio de Janeiro, mudou-se com sua família para a cidade de São Paulo, onde se casou em 1953 com a antropóloga e sua colega de faculdade Ruth Vilaça Correia Leite, com quem teve três filhos. Fernando Henrique graduou-se em sociologia pela Universidade de São Paulo e mais tarde tornou-se professor emérito daquela universidade. Foi perseguido depois do golpe militar de 1964, exilando-se no Chile e na França, voltando ao Brasil em 1968. Lecionou em universidades estrangeiras e desenvolveu uma importante carreira acadêmica, tendo produzido diversos estudos sociais premiados. Fernando Henrique coordenou a elaboração da plataforma eleitoral do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Em 1978, iniciou a sua carreira política. Participou da campanha das Diretas Já, contribuindo para que não houvesse radicalização política durante a transição da ditadura para a democracia. Foi ministro das Relações Exteriores e ministro da Fazenda e neste cargo, chefiou a elaboração do Plano Real, que acabou com a hiperinflação e estabilizou a economia brasileira. Foi eleito Presidente da República no primeiro turno da eleição de 1994 e empossado no dia 1º de janeiro de 1995. Seu governo trouxe diversos benefícios ao Brasil. Fernando Henrique Cardoso é uma dos mais conhecidos sociólogos da contemporaneidade. Entre suas obras mais divulgadas estão diversos títulos que tratam de politica e governo, no entanto seu trabalho de cunho sociológico dava-se inicialmente na área voltada para a teoria do desenvolvimento econômico e das relações internacionais.
Milton Greco (1935 - ). Sociólogo, mestre e doutor em ciências sociais pela FESP/USP .
Milton Greco
O sociólogo Milton Greco é certamente o mais prolífico e fecundo sociólogo brasileiro, tendo escrito inúmeros artigos e obras sobre os mais diversos temas, privilegiando a qualidade do ensino no Brasil. Apoiador do Partido dos Trabalhadores, antes mesmo do início deste, já lutava por uma justiça social no Brasil nos sombrios anos 60. Opositor de qualquer tipo de regime totalitarista ou que de alguma forma prejudique a democracia, realizou e realiza diversos trabalhos de base, destacando-se seu papel de crítico social e Professor de Sociologia. Cabe salientar a contemporaneidade dos temas que aborda, tais como a insanidade das guerras.
Na relação educação/aprendizado, diz Greco: "O primeiro aprendizado para o educador é SEMPRE saber perder. Se os educandos seguissem à risca o que o educadores ensinam o mundo ficaria parado. É porque eles contestam, contrariam e buscam novos caminhos é que o mundo se transforma, para melhor ou para pior, não sei, mas fica diferente: é o que se chama evolução."